quarta-feira, 15 de junho de 2011

POLÍTICA - A Balsa da Medusa

Pois é galera, Quarta feira é dia de política no moreiradeoliveira e para essa primeira postagem resolvi elucidar o motivo da figura que estampa a entrada do blog.
Essa linda pintura do artista romântico Gericault é chamada A Barca da Medusa e retrata o naufrágio da fragata francesa Medusa no início do século XIX, comandada por Huges du Roy de Chaumareys, um capitão há um quarto de século longe dos mares, uma indicação imprudente de cunho claramente político, pois o afastamento havia sido imposto por Napoleão e os Bourbons, agora no poder, queriam reestruturar uma França sem sinais do ex líder.
A Medusa saiu de Paris com 400 tripulantes, após um acidente causado por erro grosseiro do comandante, 253  tripulantes abandonaram a embarcação prometendo buscar socorro para os outros 147 à deriva em uma jangada de 8X15 metros que nunca veio.
Destes náufragos, apenas 10 sobreviveram aos 12 dias a deriva sem comida ou bebida, ao canibalismo e à disputa animalesca pela sobrevivência.
Essa história e essa pintura expressam muito bem o estardalhaço e a desgraça que a política sem desenvoltura e a incompetência diretiva do comando podem causar.
É exatamente a imagem desta pintura que me vem a mente quando tenho que escolher ou repudiar um líder, quando sigo ou abandono uma direção.
Política é coisa séria, é grande e é decisiva pro sucesso ou pro fracasso de qualquer empreitada.
Barco sem direção não chega a lugar algum...

Desculpa a demora em postar, tava fazendo prova de Processo do Trabalho, mas ainda postei a tempo!!!
Até amanhã galera.

terça-feira, 14 de junho de 2011

DIREITO - A Academia

Terça-feira é dia de Direito aqui no fórum.
Faz algum tempo que ouço ataques ferozes contra a aplicação de uma prova que permita o exercício da advocacia no país e agora que estou prestes a me inscrever ofereço a postagem de hoje a fim de trazer alguns apontementos sobre essa grande celeuma.
Infelizmente sou obrigado a afirmar que a formação superior no país esta deprimente, extremamente falha e com grandíssimas disparidades entre os centros de ensino. Algumas academias galgam excelência enquanto que outras rastejam na medíocridade.
Frente a baixa qualidade de um grande montante de bacharéis que, seguindo os passos de Brás Cubas, após a colação de grau afirmam "logo vi que doutorar-me em Direito não é lá grandes coisas, posto que até mesmo eu consegui" a OAB e boa parte dos interessados no assunto defendem a prova, com fins de preservar a população, garantindo um mínimo de qualidade de serviço pelos advogados.
Não estamos sozinhos neste barco. Nos EUA o advogado, após 8 anos de formação superior deve também prestar a prova do BAR para só então exercer a advocacia. Entretanto não estar sozinho no posicionamento não garante a exatidão da conduta.
É interessante pensar em alternativas... Gosto dessa palavra: ALTERNATIVA
Será que a aprovação no exame não poderia ser um diferencial a ser apresentado pelo advogado, que o impedimento ao exercício da advocacia não seria inconstitucional e, portanto, todos os bacharéis estariam aptos ao exercício profissional. Será que estar à disposição da população interessada em serviço de qualidade a informação sobre a aprovação ou não do advogado no exame não seria o bastante?
Agora, impossível para mim é deixar de atacar essa política vil e estapafúrdia da mais pura omissão do Ministério da Educação, que repassa para a entidade profissional o controle da qualidade do profissional formado. ora, é uma vergonha, não há outro sentimento a representar o que sinto, senão vergonha, vergonha com uma pontinha de revolta.
Prova da Ordem, a ameaça de prova do CRM e as mais que podem vir, são todas medidas paliativas, que não adentram no âmago da questão. O que é preciso é o controle na qualidade do ensino, com excelência na formação não há dúvidas sobre a excelência de profissionais.
Medir aprendizado depois de passado o tempo de formar-se academicamente (não que eu deseje dizer que se restringe à academia a formação) não me parece boa coisa, condena o graduado que, enganado pela instituição de ensino e pelo sistema educacional como um todo, nada mais pode fazer, estando só, tem de buscar guarida nos grandes cursinhos (único grupo que ganha, e ganha muito com esse modelo) ou abandonar o sonho, aceitando o prejuizo material e moral.  
Por que não aplicar provas nacionais após o fim de cada ano de formação, padronizando a qualidade de ensino e dando tempo e meios para que o graduando perceba suas falhas, mude o rumo, passe a acertar?
Essa me parece ser uma boa solução, que associada à ação efetiva do SESU no controle de qualidade das instituições, promoveria uma revolução no nosso ensino superior sem sombra de dúvidas.
É a minha opinião.
Vamos ver o que acontece e, até lá, torçam por mim.
abraço galera e até amanhã.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

MEDICINA - Sistema Único de Saúde

Difícil começar a falar sobre medicina aqui por essas terras sem se ver obrigado a comentar o pano de fundo sobre o que se assenta.
Lembro-me que já nos bancos da faculdade comemorei duas décadas da fundação do Sistema Único de Saúde, do SUS ou, como alguns colegas gostam de chamar, do SUSto.
Ri, não posso negar que ri... SUSto foi uma boa tirada, mas a despeito da piadinha, nosso sistema de saúde merece a reflexão de hoje.
Faz tempo que os clamores da população por elementos fundamentais à vida digna são aclamados aos quatro ventos. Educação, segurança, emprego e saúde nunca saem da pauta.
Engraçado isso né, parece bom ter esses elementos na palma, mas me lembro que pleiteamos sempre o que ainda não conseguimos, ou o que ainda não conseguimos de maneira adequada, e infelizmente é o que ocorre com o acesso à saúde.
O salto dado pelo constituinte em 88 foi um esplendor, percebemos os transtornos que hoje, após vinte anos, o tinhoso congresso americano tem em entender que o estado pode dar garantias mínimas ao seu povo e nem por isso é comunista, ou traiu o sonho de liberdade liberal.
As dificuldades em se reconhecer o direito de todos ao tratamento médico, odontológico, psicológico e o que mais for preciso à saúde não requer grande empenho aqui, posto que já se assentou em nossas mentes, fato comprovado pelas constantes falas de pacientes revoltados por ter que esperar 2 meses para conseguir uma RM que será gratuito e que nunca conseguiria pagar sozinho. Eles sabem que esse direito é devido, já esta assentado neles.
Entretanto o esforço para se implementar esse direito tão facilmente reconhecido é hercúleo, travando uma série de batalhas até chegar à população necessitada.
Brigas político-partidárias no congresso, falta de verbas, incompetência legislativa, incompetência administrativa e incompetência fiscalizadora, associados à corrupção nos tês poderes, nos três níveis da administração e má formação de profissionais são apenas alguns dos muitos leões que abocanham a saúde de todos e adoecem o sistema.
O projeto de SUS é muito bom, sem demagogia, é muito bom mesmo, mas bom também é o paraíso e nem por isso ele vai surgir aqui no meio da América do Sul.
É preciso apontar objetivamente as falhas e propor as mudanças devidas, apoiar os bons projetos, melhorar o que já temos e providenciar mais, só assim o sistema se constrói, se firma e se mantém.
É nesse sentido que postarei nas próximas segundas feiras, apontarei problemas e tentarei propor soluções, aviando talvez algumas que já estejam a caminho.
Quem sabe assim a gente não se recupera do SUSto que eles têm nos passado por mais de duas décadas.
Abraço galera e até amanhã.

domingo, 12 de junho de 2011

RELIGIÃO - VIDA E MORTE

Difícil abordar um tema tão denso e de tanta seriedade pra mim. Mais ácido ainda é apresentar este tema o mais desarraigado possível de minhas crenças particulares e de forma simples a fim de permitir a livre circulação das idéias que adentrem nossas mentes e concedam a maravilha da reflexão.
Mas a despeito das dificuldades vamos atravessar as Termópilas...
Nesta primeira postagem de Domingo, cujo tema sera sempre religião, apresento o assunto que para mim carrega consigo a essência do cristianismo, em especial do presbiterianismo: Vida e Morte.
Um dos dilemas mais fundamentais que afligem qualquer elemento humano, em qualquer sociedade, é para onde vamos após a morte. A nossa relação com a idéia de morte é vívida, por mais paradoxo que isso possa parecer, sendo assim parece importante assentar bem qual é a compreensão dessas abstrações que podemos obter na religião.
Para nós, cristãos, o ser humano foi criado por DEUS à sua imagem e semelhança, semelhança abstrata, não física. Algumas características do humano criado eram a vida, e vida eterna, espiritualidade e senso de justiça.
DEUS, assim que criou o primeiro homem, fundou os parâmetros a guiar seu comportamento. A fim de que esse primeiro homem pudesse saber o que era certo e errado, livre ou vedado, foi ditada uma única regra passível de descumprimento que encerrava em si todo o fundamento legiferativo do universo, era neste pequeno detalhe que residia a única possibilidade de desobediência aos mandamentos divinos, uma vez que era a única regra submetida ao livre arbítrio humano. Outras leis existiam, mas não havia possibilidade de desvios. São exemplos disso as leis físicas, matemáticas e químicas.
A regra ditada era “de toda a árvore que há no jardim poderás comer, mas da árvore da ciência do bem e do mal, que esta no centro do jardim, dela não comerás, porque no dia em que dela comerdes, certamente morrerás.”
Dispositivo e punição.
Fato é, que após o descumprimento da lei pelo primeiro homem, este mesmo homem não é punido com a morte stictu sensu, mas é na verdade expulso do jardim e condenado a comer do suor do seu rosto.
Ora, DEUS mentiu? Falhou? Arrependeu-se?
Não, de maneira alguma, a sua palavra não falha e não muda nunca. A verdade é que existem dois tipos de vida e, por conseguinte, dois conceitos de morte.
Há a vida espiritual, que consiste em usufruir da presença de DEUS, que instantaneamente foi perdida pelo primeiro homem ao ser expulso do jardim e da presença do CRIADOR.
Há por outro lado a vida material, que consiste na manutenção do funcionamento do maquinário orgânico de que somos constituídos. Sobre essa vida, houve também condenação, posto que uma das características que herdamos de DEUS seria a eternidade e, após a desobediência, entramos em franco processo de morte, já nascemos caminhando rumo ao fim. Isso esta dentro de nós, nosso sangue herda consigo, além da genética, a mesma condenação dos nossos pais e eles herdaram dos deles, seguindo este fado através todas as gerações que passaram por sobre a face da terra.
Ali instalou-se a morte no mundo, que não alcançou somente o homem, mas disseminou-se por toda a criação, condenando-a toda, corrompendo-a, desorganizando-a.
Sobre esse raciocínio o apóstolo Paulo sustenta a tese de que todos nós “nascemos mortos em nossos delitos e pecados” e portanto não podemos fazer nada para nos salvar da condenação eterna.
Logo após a condenação, DEUS toma medidas restaurativas, para arrumar a encrenca em que o homem se meteu, mas isso é tema do próximo tópico.
Fiquem com DEUS.

sábado, 11 de junho de 2011

Educação comparada

Como disse, cada dia da semana terá uma pauta particular e para o sabadão restou o tema educação e pesquisa.
Como alguns de vocês sabem, faz alguns anos que me interessei pela formação acadêmica fora do Brasil, com especial atenção pelo modelo estadunidense.
Durante os primeiros sábados deste blog apresentarei de  forma singela a estrutura de ensino de diversas nações, de forma a permitir a comparação com a nossa estrutura e possibilitar alguma reflexão sobre nossas falhas, possíveis sucessos, além de garantir informação bastante útil para aqueles que, como eu, planejam algum tipo de estudo fora do meu Brasil varonil.

USA - K-12

Alguns números devem ser apresentados: 99% da população é alfabetizada, 878 bilhões de dólares investidos anualmente em educação, 75 milhões de estudantes matriculados (destes 55 milhões nas elementary schools), 11% dos estudantes frequentam escolas particulares, sendo que mais 50 % delas são vinculadas a instituições religiosas, 100 mil instituições de ensino público, 4200 instituições de ensino superior.
A descentralização é um ponto marcante do modelo ianque, portanto, essa postagem retrata o mais comum, mas deixo claro a existência de algumas variantes.
A criança entra no sistema por volta dos 3 ou 4 anos nas crèches, Pre-school, Head-start ou Pre-Kindergarten (qualquer uma e apenas se os pais desejarem)  que fornecem nutrição e aprendizado social preparativo para o currículo K-12, base da formação nos EUA.
A partir dos 5 anos é obrigatória a matrícula das crianças nas escolas (exceção feita aos adeptos do homeschooling sobre o que ainda falarei em outra oportunidade). A sigla K-12 representa a série de ingresso (Kindergarten) e o ano de conclusão (12ª grade).
Esse percurso de 13 anos é subdividido em Elementary School ou Primary School (como a Escola Primária de Springfield dos simpsons), que engloba kindergarten, 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª grades e High School ou Secondary School (como a dos barrados no baile ou pra quem é mais novo a do High School Music) que engloba invariavelmente as 9ª (ou freshman year), 10ª (ou sophomore year), 11ª (ou junior year) e 12ª grades (ou senior year).
O currículo da Primary School varia muito de estado para estado, mesmo de distrito escolar para distrito escolar dentro do mesmo estado, mas um princípio que salta aos olhos é o "No Child Left Behind" (NCLB), base para as recuperações e quedas no número de reprovações (eles vem tentando implantar isso no Brasil, mas comentarei isso com mais sagacidade em momento apropriado).
Basicamente as crianças aprendem Aritmética, Inglês (Vocabulário e Gramática), Estudos Sociais (História e Geografia dos EUA) e Ciências.
Em vários estados há divisão da Elementary School que pode seguir até a 5ª grade e a partir daí o aluno se matricula na Middle School para fazer as 6ª, 7ª e 8ª grades para depois seguir para a High School, ou então pode seguir na Elementary School até a 6ª grade, sendo que os 6 anos restantes passam a ser divididos em Júnior High School (7ª, 8ª e 9ª grades) e Senior High School (10ª, 11ª e 12ª grades).
A diferença entre a Middle School e a Junior High School é que esta apresenta estrutura semelhante a da High School, com aulas de 45-50 minutos, disciplinas e departamentos bem divididos e salas maiores, já naquela existem maior proporção entre alunos e professores e abordagem multidisciplinar.
O currículo obrigatório da High School deve conter 2 anos de Ciências (Biologia, Física e Química), 2 anos de Matemática (Álgebra, Geometria, pré-Cálculo e Estatística), 4 anos de Inglês (Literatura, Redação, Gramática e Interpretação), Ciências Sociais (História Americana, História Geral, Política, Economia) e Educação Física. Não é necessário o estudo de nenhuma língua estrangeira.
As High School apresenta alguns aspectos interessantes como o amplo espectro de disciplinas eletivas à escolha do aluno, clubes, ligas, estágios, esportes (e eles são mesmo fortes nesta área), música, atividades práticas em laboratórios de mecânica, química, biologia, jornalismo, eletrica, eletrônica, etc. Além disso, um sistema de cursos avançados e de títulos concedidos mediante mérito escolar ou provas enriquece o ambiente de disputa e preparo de currículo forte para o ensino superior ou para o trabalho.
Os Cursos avançados mais famosos são os International Baccalaureate (IB) e Advanced Placement (AP) que garantem honras curriculares e créditos no futuro curso superior, e até o ganho de um ano nestes cursos.
Essa megaestrutura tornou inviável a existência de pequenas High School, que vem se tornando grandes centros com ate 5000 mil alunos, quase sempre em centros urbanos.
Existe hoje uma forte disputa entre as grandes e mais famosas High Schools americanas, algumas fundadas no século XVII, centralizando a formação de grande parte dos líderes políticos e intelectuais da nação.
Essas grandes High Schools selecionam seus alunos, por vezes, mediante prova de ingresso e análise de curriculo tão concorridas quanto as Universidades.
Existem tipos específicos de High Schools como as International Baccalaureate Schools, as Magnet Schools, Charter Schools, com características específicas.
Rankings como o da USNEWS liberam anualmente a lista das melhores Secondary Schools nos EUA. A lista das 10 primeiras deste ano é a seguinte:
1- Thomas Jefferson High School For Science and Technology - Alexandria, VA
2- International Academy - Bloomfield Hills, MI
3- Whitney High School - Cerritos, CA
4- Oxford Academy - Cypress, CA
5- The School for the Talented and Gifted (TAG Magnet) - Dallas, TX
6- Newcomers High School - Long Island City, NY
7- Pacific Colegiate School - Santa Cruz, CA
8- The School of Science and Engeneering Magnet (SEM) - Dallas, TX
9- BASIS Tucson - Tucson, AZ
10- International School - Bellevue, WA

As notas durante o K-12 são graduadas em: A+ (97-100); A (93-96), A- (90-92); B+ (87-89); B (83-86); B- (80-82); C+ (77-79); C (73-76); C- (70-72); D+ (67-69); D (63-66); D- (60-62); F (<60). Algumas escolas usam E para valores entre 50 e 59.
Para garantir a qualidade do ensino são aplicados os famosos Standardized Tests de cada estado como o Massashussets Comprehensive Assessment System  (MCAS), Flórida Comprehensive Assessment Test (FCAT), Regents Examinations de Nova  Iorque.
Após a conclusão do ensino secundário o aluno deve prestar uma prova denominada ACT  ou SAT I e II (Scholastic Assessment Test) que junto a outros critérios faram jus ao ingresso em uma universidade americana.
Semana que vem, no Sábado, falarei sobre o ingresso em universidades norte americanas, tanto para nativos quanto para estrangeiros.
Abraços galera e até amanhã!!


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Origens - Concepção

Como o esperado, esta primeira postagem será o começo de uma breve, não tão breve, apresentação.
Como prometido organizarei os dias da semana para cada assunto a ser tratado. As sextas-feiras falarei da minha vida, experiências, família e amigos.
Ta aí o começo:
Tudo começou com um namoro como tantos outros, durante a primeira metade da década de 80.
Os personagens do romance, meus pais, Sérgio e Cida, apenas adolescentes à época, completamente diferentes um do outro, se conheceram e se gostaram e namoraram e brigaram e namoraram e se casaram ainda jovens, 21 e 18 anos, na grande metrópole Ituiutaba.
Meu pai era um rapaz de classe média, filho de produtor rural, ainda por concluir o ensino médio,  católico pela família, minha mãe era presbiteriana numa família de católicos, entrando no ensino médio, trabalhando na rádio Difusora FM que era vizinha do papai, de família humilde, filha de lavadeira (minha avó lava roupa pra fora até hoje, não larga do tanque por nada) e de pedreiro.
As famílias não foram muito a favor da relação, mas esses detalhes eu vou saltar.
Casaram-se, mudaram-se para Ipiaçú, município de uns 3 mil habitantes na época,  que hoje já deve estar quase com 5 mil. Primeiro moraram na fazenda Santa Terezinha, dos meus avos paternos, depois se mudaram para a cidade.
Quase quatro anos após o casamento, nasci. Dia 3 de Dezembro de 1987, as 10:30 horas da manhã, no Hospital São José, pelas mãos do casal oitenta da Ginecologia e Obstetrícia Tijucana Rosane e Dácio.
Meu avô Guilherme sempre me disse que no momento em que nasci ele escutou meu choro na fazenda, eu sei que os 70 km de distância entre o hospital e onde ele estava tornam difícil a veracidade, mas sempre acreditei quando não era capaz de raciocinar isso e decidi continuar acreditando quando passei a ser capaz.
Nasci e cresci com toda a atenção, mudei o ambiente em casa, meu pai e minha mãe, apesar da inexperiência, não pecaram, foram pais exemplares, atenciosos, dedicados, carinhosos, exemplos de comportamento, de humildade, de companheirismo, de respeito, de honra, de educação e de amor.
Fui o primeiro filho, primeiro neto dos 4 avós, conheci 2 bisavós, sendo que era o primeiro bisneto de uma delas, de quem ainda guardo alguma lembrança.
Um ano e quatro meses depois nasceu meu irmão, Paulo Sérgio Sousa Moreira de Oliveira Júnior. O Paulo, apesar de ser muito diferente de mim, sempre foi meu maior parceiro, meu melhor amigo, companheiro em tudo que sempre fiz e de quem guardo as melhores lembranças, mas falarei dele em uma postagem só pra isso mais adiante.
Um ano e oito meses depois do Paulo veio a Carolina, Carolina Sousa Moreira de Oliveira, a menininha que o papai tanto esperou e a quem reservarei uma postagem própria.
Enfim, um ano e cinco meses depois nasceu a última, a Sarinha, Sara Moreira Sousa de Oliveira, branquinha, loirinha, do olho azulzinho, nervosa demais e com o coração mais bonito, mas também merecerá postagem futura.
Entre 87 e 93 mamãe cuidou de gestar 4 filhos e ajudar o papai, que ajudou na fazenda de meu avo, onde passei bons momentos, abriram um açougue onde aprendi a comer pão (explicarei depois) e nos educou. Enquanto isso eu cuidei de curtir, brinquei, aprendi a falar, andar, fazer arte e fazer fogo(adoro fogo).
Em 93 eu e o Paulo entramos na escola, no Grupo Escolar Barão do Rio Branco e este momento encerra essa primeira postagem.
Sexta que vem continuo daqui...